Alimentação e Nutrição


Você sabe o quanto influencia as escolhas alimentares do seu filho?

Pesquisa brasileira mostra que o exemplo dos pais é fundamental para definir bons hábitos nas crianças

Bruna Menegueço

 Shutterstock
Verduras, legumes, frutas e sucos fazem parte do seu dia a dia? Então, é muito provável que seu filho também aprove esses alimentos. Mas, e a batata frita, o sorvete e o hambúrguer? Pois é, melhor pensar duas vezes antes de tomar aquele sundae na frente dele. Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP) avaliou o quanto crianças gostam dos alimentos que habitualmente fazem parte da sua rotina e como os pais atuam em relação à alimentação de seus filhos. O estudo faz parte da tese de doutorado da nutricionista Isa Maria Jorge. 

Para chegar a esse resultado, Isa observou o comportamento de 400 crianças entre 4 e 6 anos e 190 pais. Para cada criança, ela mostrou 29 fotografias padronizadas dealimentos comuns em suas dietas que foram escolhidos pelos pais. Para julgá-las, elas usaram uma escala com cinco rostos. O primeiro está gargalhando, o segundo está sorrindo, o terceiro, sério, o quarto bravo e o quinto, chorando. Os pais tiveram que responder a questionário sobre atitudes e práticas alimentares frente à alimentação da criança. 

O resultado da aceitação não foi uma surpresa para a pesquisadora: as crianças demonstraram preferência por alimentos ricos em gordura e açúcares, os mesmos que os pais delas. Mas, quando os pais comiam mais verduras o mesmo acontecia com as crianças. Batata frita, pizza, chocolate, salgadinhos tipo chips, salsicha, biscoito recheado e refrigerante foram alguns exemplos. Entre os dez alimentos mais aceitos, somente três são saudáveis: frango, iogurte e melancia. Entre os mais rejeitados pelas crianças destacam-se as hortaliças, como o chuchu, sopa de legumes e purê de batatas. Por isso, a pesquisadora alerta para a importância do contato desde cedo com alimentos naturais e saudáveis, antes que o paladar seja "conquistado" pelo forte apelo saboroso dos alimentos de alta densidade energética.

Em relação aos adultos, o estudo mostrou duas práticas comuns no dia a dia. Pressionar o filho a comer é hábito entre os pais das mais magras. “Mas está errado, já que dessa forma, a criança perde o prazer pelo alimento”, diz Isa. Já a preocupação com excesso de peso é maior nos pais das crianças que estão obesas. A maioria das famílias tem dificuldade para reconhecer que o sobrepeso dos filhos é, sim, um problema de saúde. Na pesquisa, este foi o principal fator para o desenvolvimento da obesidade em crianças. O segundo foi o excesso de peso dos pais. “Comprovei que as chances de as crianças terem um ganho de peso são maiores quando os pais são obesos”, explica Isa. Por isso, da próxima vez que decidir comer aquele pacote de batata frita, pense antes no exemplo que está dando ao seu filho. Se desistir, estará fazendo bem para vocês dois.
Fonte: Revista Crescer

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